Páscoa – Vitória da Vida sobre a Morte
Houve um tempo que parece que Deus desistiu do seu povo, o qual, durante 430 anos, viveu escravo no Egito sob ameaças e grande humilhação. Apesar disso, esse povo aumentou, se fortaleceu e não perdeu a fé no Deus dos seus antepassados – Abraão, Isaque Jacó – e a ensinava a todas as novas gerações.
Dessa época, quando a ordem era dizimar os escravos nascidos homens, reporta a história de Moisés, lançado no rio numa arca de juncos, resgatado a adotado pela filha do rei do Egito. Moisés, o escravo que viveu em liberdade, fugiu dessa condição para habitar em Mídiã, onde, muito mais tarde, Deus o encontrou e deu-lhe a missão de conduzir o processo de libertação dos seus parentes, que não cansavam de clamar por liberdade ao único que poderia livrá-los da angústia daquela servidão involuntária em terra estranha.
Mesmo relutando, um novo Moisés volta ao Egito para cumprir a sua missão libertária, já sabendo que o mesmo Deus que o enchera de poder também endurecera o coração do rei Faraó, o que definiu o enredo espetacular de um importante capítulo da história do povo de Israel, no caminho que vai do Egito até a terra de Canaã.
Ao tomar conhecimento que Deus ordenava-lhe libertar o povo escravo, deixando-os ir, Faraó disse desconhecer esse Senhor, manteve-o cativo e aumentou-lhe a carga de trabalho, de açoites e de aflição. Então Deus começou a revelar o seu poder, tanto para o seu povo como para o opressor, por meio de pragas sobrenaturais que assolavam o Egito: das águas que se tornam em sangue, das rãs, dos piolhos, das moscas, da peste nos animais, da sarna que arrebentava úlceras, do fogo que corria pela terra, dos gafanhotos que destruíram o que o fogo não consumiu, das trevas que duraram três dias e, a pior de todas, a da morte de todos os primogênitos, dos homens e dos animais.
No dia dessa última praga, à meia – noite, caiu um grande clamor sobre o Egito e, de todas as casas, só foram poupados aquelas que tinham uma marca feita com o sangue de um cordeiro sem defeito nos umbrais das suas portas. Como prometera a Moisés, a maldição da morte passou por cima dessas casas marcadas. Dentro delas, o povo oprimido no Egito se reunia cheio de esperança para festejar a primeira Páscoa. “Esta noite se guardará ao Senhor... Esta é a ordenança da Páscoa...” (Ex. 12: 42,43). Com pressa, comiam carne assada, pães sem fermento e ervas amarga. Estavam prontos para partir em liberdade: lombos cingidos, sapatos nos pés e cajado na mão. Era a vitória da fé e da obediência sobre todas as circunstâncias. Naquele mesmo dia, os filhos de Israel deixaram o Egito... “E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para guiá-los pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para iluminá-los...” (Ex. 13: 21). A partir daí a ordem era não temer, marchar em obediência e ter olhos para ver os livramentos do Senhor.
Assim, festejar a Páscoa é reconhecer que a marca do sangue do Cordeiro Santo, nos nossos portais interiores, pode nos livrar da maldição da morte e promover o nosso êxodo particular, de volta ao projeto original de Deus para as nossas vidas. Festejar a Páscoa é festejar a vitória da vida sobre a morte e do eterno domingo da ressurreição sobre aquela sexta-feira de humilhação, dor e luto, programada desde o princípio para durar três dias. Festejar a Páscoa é comemorar o sacrifício substitutivo de Jesus, o primogênito de Deus, que morreu no nosso lugar e vive vitorioso, ao lado do Pai, de quem nos aproximou como filhos amados. “... para que todo aquele que Nele crer, não pereça, mas tenha vida eterna.” (Jo. 3: 16).
PÁSCOA – FESTA DE FÉ E LIBERDADE
Páscoa é muito mais que trocar presentes, festejar a fertilidade de coelhos brancos ou ingerir deliciosos ovos de chocolate. É a celebração de uma festa instituída por Deus, com cerimonial cuidadosamente elaborado para promover a vitória da fé e da obediência no processo de libertação do ser humano.
A celebração da primeira páscoa, uma ordenança dada por Deus a Moisés e Arão, está descrita com detalhes na Bíblia Sagrada (capítulo 12 do livro de êxodo). Ali, começou a contagem de um novo calendário para o povo de Israel. Mas, mesmo depois de 400 anos de escravidão no Egito, eles guardavam a fé no Deus dos seus antepassados, ensinada de geração a geração. Assim, creram na proteção da marca feitam nos umbrais das suas portas, com o sangue de um cordeiro sem defeito, para livrá–los da praga que feriu de morte todos os primogênitos daquela terra opressora sob domínio de um rei chamado Faraó. Dentro das casas marcadas com esse sangue, ninguém estava sozinho. Um povo cheio de esperança, disposto a obedecer e seguir o ritual recomendado se reunia em família ou com a vizinhança para celebrar o sacrifício da páscoa, por festa ao Senhor. Todos se mantinham prontos para o êxodo que poderia acontecer a qualquer momento – lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. “Quando o teu filho no futuro te perguntar: o que é isso? Dir-lhe-ás: O Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito, da casa da servidão”. (Ex. 13:14).
Passados milhares de anos, apesar de toda modernidade e do apelo comercial da nossa época, o povo cristão deve continuar ensinando ás novas gerações que a páscoa é a festa da liberdade, da fé no êxodo particular de cada um rumo às promessas de vida em abundância. Entretanto, também é mister saber que cada um de nós deve decidir sobre a celebração dessa festa que nos leva a exibir a marca do sangue do cordeiro, agora não mais de um simples animal nem na nossa porta, mas, de um cordeiro santo e na nossa própria vida. Uma marca invisível, presente apenas na luta travada no nosso interior para acertar em cada um dos nossos atos. “Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”. (Mt 7:20).
Essa é um caminho proposto a todos! Assim como a primeira páscoa, cheia de prenúncios messiânicos foi parte de um plano de Deus para libertar o povo de Deus de Israel, cativo no Egito, o filho de Deus imolado no calvário foi, é e continuará sendo o projeto divino para libertação de toda humanidade, escrava do pecado desde a desobediência de Adão. O sangue desse cordeiro-homem-sem-mácula tem poder para cobrir as imperfeições da nossa humanidade, para nos reaproximar do Pai, como filhos amados. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que Nele crer, não pereça, mas tenha vida eterna.” (Jo 3:16). Por isso, a celebração consciente da páscoa cristã não deve se restringir a uma data marcada no calendário secular. Deve ser constante, motivada pela vitória da vida sobre a morte e do eterno domingo da ressurreição sobre aquela sexta-feira de humilhação, dor e luto que durou apenas três dias.
As ações sobrenaturais de Deus mudaram a história do povo de Israel e têm poder para mudar a vida de todos os que creem no sacrifício vicário do seu Cristo. Esse primogênito não está morto! Ele apenas morreu a nossa morte para que pudéssemos viver a sua vida, levando sobre si o peso da nossa escravidão e quebrando as amarras que limitavam nossa existência. Aceitar essa verdade é deixar-se marcar pelo seu sangue, é viver a sua vitória e ressurreição, é crer no seu Nome, é deixar-se guiar pelo seu Santo Espírito, é experimentar a alegria da páscoa. “Gozo e alegria os alcançarão e deles fugirá a tristeza e o gemido”. (Is 35:10b).
PÁSCOA FESTEJADA COM CHURRASCO?!
O povo de Israel servir como escravo na nação egípcia durante 430 anos. Desse passado, registram-se lembranças e hábitos mantidos até os dias de hoje. Um deles, diz respeito á comemoração da PÁSCOA.
Festejada em família, podendo ter os vizinhos como convidados, a ordem era celebrar a páscoa por festa ao Senhor, com churrasco de cordeiro ou cabrito, assado no fogo, acompanhado de pães sem fermento e ervas amarga.
No dia da primeira celebração, todos os primogênitos do Egito foram feridos de morte, desde os homens, nobres e cativos, até os animais. Família por família, não havia casa em que não houvesse um morto.
Mas, diante de tamanha destruição, nenhum dos 600 mil escravos israelitas, sem contar mulheres e crianças, foi tocado. Mesmo vivendo misturados aos egípcios, eles foram identificados e livres da praga dos primogênitos, na forma da ordenança recebida pelos líderes Moisés e Arão: até o amanhecer, todos os israelitas deveriam se manter dentro de suas casas, cujas portas já tinham sido marcadas com o sangue do cordeiro imolado para a páscoa. “O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo o sangue, passarei por cima de vós e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito”. (Ex 12:13).
O sangue do cordeiro era sinal suficiente para impedir a execução da terrível sentença da matança sobre os primogênitos do povo do Egito. Era sinal de obediência á ordem dada aos seus líderes. Era sinal de confiança no Deus que age eficazmente, mesmo utilizando métodos que o homem não entende e que, aos seus olhos, lhe parecem estranho.
Naquele dia, junto com a derrota dos inimigos, quebraram-se os grilhões, foi extinto o cativeiro egípcio e os israelitas foram libertos da escravidão e do sofrimento.
Ao celebrarmos a páscoa, estamos comemorando o dia do cumprimento da promessa dada por Deus a um povo cansado e oprimido.
Segundo a mesma ordenança dada a Moisés e Arão, a lembrança desse dia deve ser um sinal firme nas nossas vidas, guardado de ano em ano, como testemunho da mão forte daquele que nos concede livramentos imerecidos. Deve ser passado para os nossos filhos, de geração em geração, por estatuto perpétuo.
Por isso, devemos saber e ensinar que PÁSCOA é muito mais que comer chocolate e trocar presentes. Significa festa da PASSAGEM - da escravidão para a liberdade, da morte para a vida. É gratidão expressa ao Deus que tem todo o poder.
Para o povo cristão, páscoa é celebração festiva e consciente da libertação que o sangue do cordeiro, imolado no sacrifício do calvário, propicia a cada um e a toda sua casa. É esperança de dias melhores para os que creem na repetição diária dos livramentos que ocorreram na primeira celebração.
“No mundo tereis aflições. Mas tendes bom ânimo, eu venci o mundo!” (João 16:33)